Mattia Riccardi | Max Scheler Parente Próximo do Disjuntivismo
Nas últimas duas décadas, o disjuntivismo tem sido uma das posições mais discutidas em filosofia da percepção. Uma questão que surgiu à margem desse debate diz respeito aos possíveis antecedentes históricos da posição. Os dois proeminentes nomes mencionados à esse propósito foram Gottlob Frege (Charles Travis) e Edmund Husserl (A.D. Smith). Na minha palestra, defenderei a tese que Max Scheler merece um lugar de particular destaque na genealogia do disjuntivismo, por três razões principais. Em primeiro lugar, a concepção scheleriana de experiência perceptiva é explícita e distintamente disjuntivista, sendo que ele afirma claramente que percepções e alucinações têm uma natureza diferente. Em segundo lugar, a sua versão da posição possui, em si, valor filosófico, sobretudo, embora não exclusivamente, graças à teoria do conteúdo perceptivo que inclui. Finalmente, o caso de Scheler torna-se particularmente instrutivo no que respeita à questão da tese, defendida entre outros por Tim Crane, que intencionalismo e disjuntivismo constituem posições inconciliáveis.
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